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O programa

HELOÍSA: Voltamos e agora é hora de um quadro que eu adoro, o Perfil.

VITOR: Exatamente, Heloísa. O quadro traz leitor e autor de uma trama conversando conosco separadamente a respeito de um personagem favorito desse leitor. E para hoje temos Édy Dutra, autor de Escolhas da Vida, exibida na WebTV, e Wesley Alcântara, hoje em dose dupla, leitor da trama.

HELOÍSA: Então vamos lá. Solta o VT, direção.

 

VITOR ABOU: E mais uma vez a equipe do TVN News vem a Rio das Flôres, já que no começo da temporada Juju entrevistou Wesley a respeito de Em nome do Filho. Agora, Wesley responde como leitor de Escolhas da Vida (WebTV), de Édy Dutra. Wesley, o que chama a sua atenção na trama do Édy?

WESLEY ALCÂNTARA: Boa tarde com muito calor! Vem, gente, a Santa vai fazer um suco pra gente! Obrigado pelo convite e por subirem a serra e chegarem até minha amada Rio das Flôres, a Princesinha dos Barões. Bom, respondendo a sua pergunta, Vitor, O que me chama mais a atenção nessa novela é a qualidade do texto. O Édy, com a colaboração do Diogo, tem imprimido diálogos profundos e com qualidade. Antes de mais nada, o que prezo em qualquer trama é a qualidade do texto. E nessa novela, não há como negar!

 

VITOR: Abordando um tema bem amplo, a vida, Édy marca sua trama com traços próprios e outros tradicionais de roteiros. Para você, quais são os diferenciais e os traços tradicionais da trama?

WESLEY: O diferencial da trama é a ousadia, por si só, em tratar de um tema polêmico por outra vertente. Um casal homossexual como protagonistas, poderia render apenas a parte do preconceito social, mas Escolhas vai muito além, fala de mar de possibilidades que é a vida da gente, que as vontades, as escolhas, nem sempre são fáceis ou certeiras. E que a estabilidade é um castelo de cartas construído a beira mar. Como toda novela, há o clichê ali, é normal, toda história tem. Isso não é problema, basta saber contar. E eu confio no Édy. Tanto que a minha novela predileta é escrita por ele.

 

VITOR: Anteriormente, você me contou que sua personagem favorita na trama é a Carla. Por quê? Qual o diferencial da personagem?

WESLEY: Eu tenho uma queda por personagens femininas passionais, capazes de tudo, e mesmo a trama estando bem no comecinho, eu vejo isso nela. Eu escrevi a Milena (Em Nome do Filho) e a Charlote (Poderosa), que era mulheres que amavam muito e eram capazes de tudo para não perder esse homem. A Carla é menos romântica e mais prática, quer ter status e dinheiro, mas no fundo, ela sente algo pelo Diogo, isso é inegável. E personagens assim, são tão complexos e tão ricos, fazendo o escritor deitar e rolar com textos inspirados e situações excepcionais. São personagens curingas. Carla tem minha torcida pra infernizar a vida da Nanda! Essa eu shippo!

 

VITOR: Segundo o site de ''Escolhas da Vida'', Carla é ''rica, elegante, sensual, sofisticada''. Com quais outros adjetivos você caracterizaria essa personagem? Por quê?

WESLEY: Moderna, inteligente e determinada. A Carla sabe o mato em que lenha. Diogo foi escolhido a dedo, pode ter certeza disso. Ela quer status, quer agregar valor ao que já possui. Não é nenhum demérito. Mas, talvez, os meios que ela usará para ter o Diogo é que pode ser prejudiciais!

 

VITOR: A atriz que dá vida à personagem é Francisca Queiróz. Você a imagina no papel ou acha que tem alguma atriz que te lembra a personagem? Na sua opinião, quais são os maiores defeitos e qualidades de Carla?

WESLEY: Eu pouco conheço a Francisca, não posso dizer muito se a personagem se encaixou com ela. Mas o autor a escalou, com certeza sabe do seu potencial! O maior defeito e qualidade da Carla é ser determinada, não medir esforços para ter o que quer.

 

VITOR: Brincando um pouco com a moda, como você acredita que Carla se veste em sua casa, num dia normal? E em um grande jantar?

WESLEY: Eu a imagino com um uma bela camisola vermelha de seda. Bem sensual e estilosa.
Já para um grande jantar, Carla iria com um vestido Giorgio Armani preto, longuete, da coleção 2016 FALL WINTER. Com sandálias douradas da Vizzano, um conjunto de: colar e brincos de diamantes negros e finalizaria com perfume da Carolina Herrera. Um espetáculo! Bobo é o Diogo de abandoná-la rsrsrs.

 

VITOR: Pelo desenrolar da trama, para você, do que Carla é capaz de fazer para afastar Fernanda e Diogo?

WESLEY: Armar flagras de traição, alguns finos barracos, inventar gravidez, e quem sabe, seguir os passos de Charlote Campos Salles, tentando matar a rival.

 

VITOR: E o que você espera da personagem pelos próximos capítulos?

WESLEY: Quero que a Carla agite a história. Que passe do limite sempre, que faça valer a pena o papel de “pedra no sapato”. Que chegue como um tanque de guerra pra cima do trio principal!

 

VITOR: Muito obrigado por ter aceito o convite, Wesley. Sucesso e um ótimo 2017 para você.

WESLEY: Eu que agradeço, Vitor! Sucesso pra gente!

HELOÍSA AMBRÓSIO: Como o Vitor conversou com o Wesley Alcântara, estou em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, para falar com ele, o autor de Escolhas da Vida, Édy Dutra. Para começar, Édy, como surgiu a ideia da história de ''Escolhas da Vida''?

ÉDY DUTRA: Escolhas da Vida seria inicialmente uma minissérie. Depois que a direção da Webtv me convenceu em fazer dela uma novela. Eu aceitei mas mantive os elementos da história, acrescentei mais alguns personagens. Alguns até que estariam em "Rio, Ipanema". Em todas as minhas tramas eu trago algum personagem homossexual. E desta vez decidi colocar isso no protagonismo. Daí surgiram Fernanda e Paula. E como todo bom folhetim precisa dos conflitos para se desenvolver, resolvi fazer uma delas se apaixonar por um homem, no caso, Diogo. E a partir daí eu criei a trama. Com um texto mais crível, algo nem tão fantasioso mas que a mim despertou muita alegria em escrever.

 

HELOÍSA: Sabemos que o processo de construção da trama e dos personagens pode ser demorado. Quanto tempo durou esse processo? Você teve alguma dificuldade? Conte mais sobre esse processo.

ÉDY: Eu estou escrevendo Escolhas junto com Diogo de Castro. Na verdade ele foi quem mais se inteirou da trama, porque a estrutura estava toda pronta. Eu já tinha 8 capítulos escritos, boa parte da história em andamento. Então nós reescrevemos os capítulos, inserimos os novos personagens e fomos dando uma nova cara para o enredo... Sobre o processo de criação dos personagens, eu não demorei muito para criá-los. Mas eu quis fazer cada um com uma personalidade bem marcante e real. Escolhas da Vida abusa do drama. Então todos os personagens tem uma carga dramática boa, digamos assim... Traços marcantes. Eu gosto quando crio um personagem que eu posso vê-lo na rua depois. Que eu posso crer que ele realmente pode existir. Que não seja algo falso, caricato demais... Os novos personagens que foram inseridos depois também passaram por esse processo de se tornar mais palpável na leitura. Gostei do resultado.

 

HELOÍSA: Como você já sabe, o Wesley Alcântara, leitor da trama, conversou já com o Vitor. A personagem favorita dele é a Carla. Qual é a diferença dessa personagem em relação às outras?

ÉDY: Pois então... A Carla surgiu para fazer o contraponto na relação Fernanda-Diogo-Paula. A Carla é noiva do Diogo, apaixonada por ele, embora não fique claro se ela gosta da grana dele ou homem em si... Ela gosta é de luxo, de vida boa. Vem de família rica, o status pra ela conta muito. Talvez a Carla seja a personagem ainda mais fantasiosa da novela, no sentido de misturar uma caricatura de patricinha mimada, com essas blogueiras de moda que viraram febre hoje. Porque a Carla é um exemplo de como se vestir bem na alta sociedade carioca.

 

HELOÍSA: Carla é uma mulher ''acostumada a viver no mundo da alta sociedade'', usando e abusando do luxo. Como é a personalidade dela? Comente um pouco sobre o jeito de ser da Carla.

ÉDY: A Carla é mimada, prepotente algumas vezes, se acha, sabe? O importante pra ela é TER. Ponto. Lidar com a Carla não é difícil. Basta fazer tudo o que ela quiser. Hehehe

 

HELOÍSA: Carla é interpretada pela Francisca Queiróz. Você sempre teve a atriz em mente ou já tinha cogitado alguma outra para ser Carla? Por que escolheu a Francisca?

ÉDY: Eu tenho minha lista de atores favoritos e a Francisca Queiróz é uma delas. A Carla foi criada justamente para ela. Ela já trabalhou comigo em outras tramas e sempre que eu posso, reservo um personagem para ela.

 

HELOÍSA: Wesley já respondeu essas perguntas, então agora é a sua vez: como Carla se veste em sua casa, num dia normal? E em um grande jantar?

ÉDY: A Carla é adepta às grandes marcas, grifes. Ela gosta de cores claras para usar no dia a dia, o que combina também com o clima do Rio de Janeiro. Roupas de alfaiataria, shorts ou bermudas, body ou blusas mais leves, vestidos e saias. Sempre salto alto. Tênis apenas para o pilates... À noite, ela aposta em cores marcantes. Vermelho, dourado, prata. Sempre vestidos. Sempre com as pernas à mostra porque ela gosta de brincar com a sensualidade também.

 

HELOÍSA: Édy, do que Carla é capaz de fazer para separar Fernanda e Diogo? O que você pode nos adiantar sobre o futuro dela?

ÉDY: Ela já pensa em engravidar pra prender o Diogo com ela... Como se filho segurasse homem... Mas ela pode fazer muitas loucuras sim. Até mesmo contra o próprio Diogo. Por que não?? Eu não posso adiantar muita coisa. Hehehe

 

HELOÍSA: E o que os leitores de ''Escolhas da Vida'' podem esperar da trama nos próximos capítulos? Muitas emoções?

ÉDY: Muitas emoções. Agora para os capítulos 10-11-12 estão reservadas sequências importantes da trama principal e das paralelas. Já é quase metade da história. E reviravoltas também. Personagens se encontrando, outros se afastando... Vai ser bacana acompanhar esse quebra-cabeça.

 

HELOÍSA: Obrigada pela sua participação, Édy. Adorei o papo. Beijos e muito sucesso em 2017.

ÉDY: Eu que agradeço pelo convite. Fico à disposição para o que precisarem. E não deixem de acompanhar Escolhas da Vida. Minha última novela que eu estou fazendo com muito carinho para vocês. Obrigado!!

 

***

 

HELOÍSA: Excelente papo com autor e leitor, não achou, Vitor?

VITOR: Muito bom. E agora é a hora da gata mais gata do mundo virtual. Juju Medeiros nos traz mais uma reportagemespecial.

HELOÍSA: E hoje ela entrevista Alisson Baxter, autor de O lobo e o cordeiro, que estreia no dia 06 de janeiro, substituindo Vidas Expostas, que terminou dia 21.

 

 

JUJU MEDEIROS: Olá, Vitor e Heloísa.  Como vocês já falaram, no próximo dia 06 estreia aqui no TVN ''O lobo e o cordeiro''. A trama é de Alisson Baxter, que já assinou no TVN contos e especiais natalinos em anos anteriores. E ele agora retorna, com sua primeira série no site.

JUJU MEDEIROS: Por isso, pessoal, vim hoje até Campinas para conversar com Alisson Baxter, autor de O lobo e o cordeiro. Bem vindo ao TVN News, Alisson. Antes de tudo, quero saber como você chegou ao TVN.

ALISSON BAXTER: Obrigado Juju! Obrigado a todos que estão lendo essa entrevista! É com muita honra que estou aqui hoje. Respondendo sua pergunta, querida! O que me trouxe a esse universo mágico e íntegro da TVN foi Vitor Abou. Conheci-o há dois anos pelo facebook, a partir de um amigo que escrevia para o blog. Eu estava com uma obra em execução: O Internato no Portal Série de Webs e mandei-lhe alguns contos, ele adorou o formato, a temática existencial e publicou. Assim, tive acesso à equipe.

 

 

JUJU MEDEIROS: Como surgiu a inspiração para O lobo e o cordeiro? Pelo que fiquei sabendo, a trama tem o estilo de Clarice Lispector. Você se baseia na estrutura intimista dela?

ALISSON: Sem sombra de dúvidas que sim! Clarice é um divisor de águas na literatura brasileira. Mas não só ela, Machado de Assis também. Desse modo, Juju, procuro em minhas obras evitar trabalhar com merchan social, não que isso seja uma crítica aos outros autores dessa corrente, mas quando uso esse estilo tendo a caricaturar a personagem e perder a complexidade dela. Esse intimismo, essa análise introspectiva, só é possível em seu auge ao passo que permito ouvir a voz da personagem, sem planejar um rumo pré-estabelecido. Digamos que meus personagens fazem-me uma visita, às quatro tarde e os convido para tomar uma xícara de café. Entrego-me a suas vontades e só as transcrevo, mantendo as suas visões, os seus sentimentos ao máximo. Contudo, ao contrário de Clarice,não consegui estabelecer uma epifania, clímax, capaz de ensinar a personagem a caminhar sozinha, em busca de sempre mais e mais autonomia. Ela tinha esse caráter de mestre deles, como se fosse uma professora-mãe. Era sua marca de expressão e acredito ser inatingível por todos seus seguidores. Ela tinha esse poder de dar-lhes a vida pela escrita, ensinar-lhes a viver e transpô-los para realidade.

 

JUJU MEDEIROS: Atualmente, no mundo virtual, há uma grande quantidade de tramas em roteiro, com vários diálogos. Você sentiu uma espécie de medo e estar arriscando com um modelo tão diferente, o do literário mais reflexivo? Por que optou por esse estilo?

 ALISSON: Em primeiro lugar, acredito que a repetição desse formato, deve-se em um primeiro momento a facilitar a acessibilidade e clareza com que a história se apresenta; algo muito considerável dado o contexto de cultura canhestra e analfabetismo funcional, infelizmente uma realidade do país. Todavia, tenho uma concepção mais conceptista-estruturalista nesse sentido, ou seja, divulgar o conteúdo da história é importante, porém, a maneira como você conta é relevante também. Não se simpatizo com o roteiro justamente por que ele perde esse caráter sensitivo, metalingüístico, um leitor que sonda as entrelinhas é desvalorizado quando tem tudo pronto, não há prazer em desvendar o mistério da história. Logo, o literário- reflexivo ao permitir uso de discurso indireto livre, fluxo de consciência, digressões, falar com o leitor, ele possibilita personalizar a própria narrativa com a essência da personagem, é autopoiético, dou vida a própria escrita também, humanizo-a. Por fim, respondendo seu primeiro questionamento: não, não tive medo de ousar, por que o que é uma história sem arte? Sem essa liberdade do acaso? Detesto automatismos.   

 

JUJU MEDEIROS: Alisson, você também já escreveu contos para o TVN. Qual sua relação com os contos? Eles te influenciaram de alguma forma na escrita de O lobo e o cordeiro?

 ALISSON: Foi engraçado, você perguntar isso, Juju. Qual a minha relação com meus contos? Hum... Deixe-me ver. Acredito que seja de esbarrões por aí, no cotidiano. Sempre quando termino um, não me reconheço mais ali, é como se escrever me evoluísse também a ponto daquilo não me pertencer mais. Meus contos são colegas de viagem, andamos em um trem por certo momento e depois a estação chega e um de nós tem que descer. Por conseguinte, não me influenciariam de modo algum com O lobo e o cordeiro, apesar do estilo de escrever ser parecido, com uma linguagem hermética e espiritual. Vou contar-lhe um segredo a você e a todos, o que me inspirou foram caixas de sertralina e desilusões amorosas. (risos) 

                                                              

JUJU MEDEIROS: Tenho que confessar que adorei o título da série. Da onde ele surgiu? Explique sua relação com a trama.

 ALISSON: É místico, não? Quis provocar essa sensação de enobrecimento clássico misturado com uma dose de maniqueísmo. O título é porta-voz de outro apelo, ele é uma máxima baseada no símbolo yin-yang, nessa filosofia chinesa compatriota ao zoroastrismo persa. Significa que o mundo é feito por forças-opostas, tal como ID e Superego, que se embatem para atingir o equilíbrio. Revela o estado emocional dos protagonistas: James e Martim. O primeiro sofre de síndrome de Bordeline, em suma, não possui controle sobre suas emoções, por outro lado, o segundo é um psicopata. Em uma análise superficial, exógena, você tende a classificá-los como cordeiro e lobo, respectivamente. Contudo, o desenrolar da história, mostra a inversão dos pólos. Até que ponto ser sensível é mostrar empatia? E ser frio não pode revelar sinceridade? Quero destruir essa idéia de justiça para os românticos e vingança para os vilões. Somos obtusos demais para revelar o resto do iceberg. Aceite-mos logo de uma vez que errar é humano.

 

JUJU MEDEIROS: Você também nos traz um romance gay no foco da série. Qual foi sua motivação para escrever sobre esse assunto? Como a abordagem do tema será feita?

 ALISSON: A minha motivação veio de páginas de meu diário. Em meio à sociedade do consumo cuja natureza reifica o indivíduo, tornando-o objeto de venda ideológica, quais as conseqüências disso para o mundo LGBT? A resposta que salta aos meus olhos é uma visão eugenista e discriminatória vinda dos próprios homossexuais sobre eles mesmos, há uma espécie de ditadura do padrão de beleza imposta mais fortemente nesse público! Selecionam pelo fenótipo, tipo de nariz se bobear, apelidos como bicha pão-com-ovo evidenciam essa realidade. E não vejo nenhuma obra de inclusão tratar desse tema tão intrínseco a existência. Pelo contrário, na televisão é motivo de comédia de gênero. Sendo que orientação não se trata de gênero, uma lástima. Não se pode tratar um homossexual como uma mulher frágil, é de um machismo horrendo. Aliás, o machismo reina no mundo gay também. Conheci muitos gays que não suportavam ver uma transexual.

 A abordagem será a mais naturalizada possível, sem discussão sobre aceitação. Lógico que a família do rapaz criará entrave nesse romance e isso será evidenciado, mas o foco é a existência humana. James é um garoto de vinte anos, muito inseguro, foi internado três vezes numa clínica psiquiátrica após tentar suicídio por um término de namoro. Ele não consegue suportar o ambiente de seu quarto, de sua casa, por que tudo lembra Carlos. É um garoto muito sensível. Ele então, aceita uma proposta de viagem e lá conhece um primo mais velho, de segundo grau, por acaso. Martim, já assumido apaixona-se por ele e conforme vão se envolvendo, tornar-se-á seu psicólogo, ajudando-a a encontrar-se em meio ao poço de sua vida. Tanto que lá na frente, quando a psicose do homem vier à tona, o sofrimento será tão grande, capaz de transformar para sempre o mocinho.   

 

JUJU MEDEIROS: O que o James, o protagonista, tem de semelhante com você? E os demais personagens? Você usa traços de conhecidos seus em seus personagens?

ALISSON: Costumo dizer, Juju, que os personagens são microcosmos dos meus lobos temporais inconscientes. (risos) São meus submundos, presos em algum lugar aqui dentro e quando percebem uma oportunidade, saltam para a narrativa, sem medo do que os espera. James possui o meu lado mais inocente, mas também o mais impulsivo. Martim, a minha paciência e o meu fascínio pela linguagem. Vera, a minha familiaridade com a simplicidade. Carlos, o meu arrependimento do passado. São pedaços de mim. Mas muito mais de mim, de pessoas que tenho amizade, de pessoas que conheci um dia e nunca mais vi, dos meus pais. É um recorte de uma visão de mundo, como toda obra é. 

 

JUJU MEDEIROS: Uma frase em especial, da sinopse, me encantou: ‘‘mas quando menos a gente espera, podemos ser surpreendidos por nossos destinos’’. Qual seria um exemplo desse momento aplicado ao protagonista James? 

ALISSON: Há vários e todos muito intensos. (risos). O que posso adiantar é o primeiro encontro com Martim, o qual se dará em ônibus circular no capítulo 4.

 

JUJU MEDEIROS: O que nós, leitores, podemos esperar dos episódios da série? 

ALISSON: O início é bem reflexivo, mas por volta, do capítulo 5, a história ganha certa agilidade que adota o estilo de série filosófico-policial. Eles não vão conseguir esconder o namoro por muito tempo, James vai fugir com o amado. A empregada vai se arrepender de se intrometer nessa história. Um irmão gêmeo vai aparecer. Carlos, ex- de James, vai ser traído. O pai do mocinho vai enfartar. Muitas águas estão para rolar. Mas não atenham apenas ao conteúdo, a maneira de contar a história muda também. Há capítulos que o narrador conversa com o leitor, outros que os próprios personagens, há trânsito entre primeira e terceira pessoa. Traços de roteiro. A própria narrativa respira, sofre junto, é humanizada.

 

JUJU MEDEIROS: Obrigada pelo ótimo bate papo, Alisson. Muito sucesso a você e a ‘‘O lobo e o cordeiro’’. 

ALISSON: Eu é que agradeço a você por essas perguntas tão doces e profundas, por meio das quais, soube usar o simples para extrair a nata dessa produção. É de uma competência formidável. Quanto aos leitores, eu só tenho agradecer a paciência de vocês, sei que falo e escrevo demais, confesso minha prolixidade, mas eu construo o enredo com muito amor, com muita arte e tenho certeza que irão apreciar essa breve série de vinte capítulos. Ela é um espelho de nossos piores medos, mas nos dá força para criar coragem para lutar pelos nossos sonhos.

JUJU MEDEIROS: Obrigada pelos elogios, querido. Voltamos com vocês, Vitor e Helô.

***

VITOR: Deliciosa entrevista, Juju. 

HELOÍSA: Arrasou, gata. ''O lobo e o cordeiro'' promete muito. Uma série em literário de volta no TVN.

VITOR: E agora é a hora do Direto das webs, com o que rolou nas nossas tramas desde nosso último programa.

 

VITOR: Que tal começarmos por Filhos da Bahia, que foi atualizada na semana passada.?!

HELOÍSA: Ótimo, Vitor. Semana passada, pertinho do Natal, teve prisão.

VITOR: De quem, Heloísa?

HELOÍSA: Do Arthur, por desacato. Fred também descobriu que Amanda quer se vingar do patrão e a colocou contra a parede.

VITOR: Muitas emoções na nova fase da trama de Rynaldo Nascimento.

HELOÍSA: E em Amores Desmedidos, ontem foi dia de atualização.

VITOR: Sim.  Beatriz acusa Antônio.

HELOÍSA: E um trechinho? Temos?

VITOR: Sim. 
''BEATRIZ – No passado Excelência, quando o Antônio era pobre, quando era sacoleiro, porque ele foi, trabalhava num lixão, ele se
aproveitou da ingenuidade de um homem rico e o matou. Então não foi graças a suor nenhum que ele esta onde esta e sim usurpando. A Vidal é uma grande mentira!
ANTÔNIO – (se levanta) Você esta sendo leviana! Eu vou te processar, Beatriz! Você esta me acusando de uma coisa seríssima/''

HELOÍSA: Já amei!

VITOR: Já em Um dia de cada vez, o que rolou ontem, Heloísa?

HELOÍSA: Teve briga entre Lorena e Vanessa.

VITOR: E trechinho, Helô? 

HELOÍSA: Escolhi um trechinho ótimo dessa treta:
''LORENA – Escuta aqui macarrão sem molho, pra quê tudo isso?
VANESSA – E você, cala essa boca! Você foi o
pivô disso tudo aqui! Não tem o direito de dizer nada! 
LORENA - A culpa não é minha se você já está velha e acabada e ele não te quis mais!''

HELOÍSA: No dia 21, teve desfecho de Vidas Expostas, né, Vitor?

VITOR: Sim. E o segredo guardado por 15 episódios, foi finalmente revelado.

HELOÍSA: E teve morte também, não foi?

VITOR: Isso mesmo, mas só lendo para saber.

VITOR: E dia 21 também teve Meia Estrela.

HELOÍSA: E o que a galera mais louca de Niterói aprontou?

VITOR: Márcia contrata um grupo teatral para animar o pessoal do prédio e fazer mídia para a eleição de sindico do prédio.

HELOÍSA: E como tudo isso ocorre? Alguma loucura, como de costume?

VITOR: Claro. As coisas saem do controle quando todos descobrem que os atores, na verdade, são uma perigosa quadrilha de assaltantes!

HELOÍSA: E eles ficam de refém?

VITOR: Exatamente.

HELOÍSA: Ah, último episódio imperdível para quem ainda não leu.

VITOR: O TVN News de hoje termina aqui. Obrigado a todos. Até o próximo programa, que será exibido no final de janeiro, após nossas férias. Ótimo 2017 para todos nós.

HELOÍSA: Isso, teremos nosso descanso merecido. Beijos, povo!

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