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O programa

VITOR ABOU: Pessoinhas do mundo virtual, tudo bem com vocês?  Estamos de volta, em pleno Carnaval.

HELOÍSA AMBRÓSIO: Isso mesmo. Nós trabalhamos no Carnaval!

VITOR: Para começar, gostaria de pedir desculpas pelo atraso dessa edição em uma semana. Na última semana, tivemos imprevistos e não tivemos como exibir o programa.

HELOÍSA: Mas hoje teremos muita coisa. E para começar, tem NEWS DO MV, hoje com um apresentador diferente, não é, Vitor?

VITOR: Sim. Vamos assistir!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

HELOÍSA: Adorei você apresentando, Vitor. Leva jeito!

VITOR: Obrigado, Helô. Gostou da minha fantasia?

HELOÍSA: Amei. Ficou gatinho.

VITOR: No caso, era um anjo. hahahah A edição do vídeo não foi a das melhores, mas foi o que deu pra hoje.

HELOÍSA: O que importa é o conteúdo.

VITOR: Com certeza. E nisso, sei que ficou bom. 

HELOÍSA: Ficou mesmo. Gostei muito da decoração também.

VITOR: Obrigado. Mas que tal pararmos de enrolar e irmos direto para Soltando o Verbo de hoje?

HELOÍSA: Acho ótimo. E hoje o que teremos nesse quadro que eu adoro?

VITOR: Um papo sobre Filhos da Bahia, com Rynaldo Nascimento, Weslley Vitoritti e Rennan Lopes.

HELOÍSA: Ah, adoro Filhos da Bahia. Solta a matéria!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

VITOR ABOU: Hoje estou aqui, na volta do Soltando o Verbo, reunido para um bate papo sobre ‘‘Filhos da Bahia’’. Bem vindos, Rynaldo Nascimento, e os leitores que também arrasam na escrita Weslley Vitoritti e Rennan Lopes. Começando com vocês, leitores, o que atrai vocês em Filhos da Bahia?

WESLLEY VITORITTI: Tudo me atrai em Filhos da Bahia. A trama é perfeita em seus mínimos detalhes, algo raro. As personagens, suas trajetórias e temas sociais abordados, te envolvem de uma forma que você fica enfeitiçado, além, é claro, do texto perfeito da trama.

RENNAN LOPES: O principal fator que me atrai é a visão completa do Nordeste – mais precisamente, da Bahia. Quem não conhece, pensa que é tudo capoeira e Umbanda, que não existem inovações e tudo mais. Rynaldo mostra em Filhos dá Bahia que, se não fossem as demonstrações da cultura, a novela poderia ser ambientada em qualquer lugar, já que o Brasil é um só.

 

VITOR: A novela tem um estilo totalmente solar, vivo, alegre, apesar de retratar também problemas como as carvoarias clandestinas. O que vocês acham desse contraste trabalhado na trama?

WESLLEY: Acho ótimo, porque ao mesmo tempo que você fica tenso, você também consegue respirar e se divertir. É uma trama completa.

RENNAN: Acho ótimo. O melhor em uma novela é o contraste. A melhor novela é aquela que sabe explorar núcleos diferentes e, ao mesmo tempo, interliga-los com a trama principal.

 

VITOR: Rynaldo, esse contraste entre as praias e as belezas baianas e os problemas sociais é bem marcante na obra. Quais foram seus objetivos centrais com essa oposição? De que maneira você acha que seu conhecimento sobre a Bahia ajudou nessa construção bem realista?

RYNALDO NASCIMENTO: Na Bahia encontramos paisagens diversas, desde aspectos exuberantes das praias, restingas e manguezais da Zona da Mata às vegetações da zona árida do agreste e do sertão. Através de uma licença poética e geográfica, decidi começar a estória da carvoaria num ambiente que me lembrasse a caatinga e continuar a história na capital do estado. Viver no estado me permitiu esse acesso maior a realidade. Portanto, usei e abusei das minhas vivências.

 

VITOR: A obra tem como a grande protagonista Amanda e no time dos coadjuvantes, há a estrela Gil Chocolate. As duas estão fazendo bastante sucesso e foram premiadas no Melhores do Ano TVN 2016. Para vocês, quais são os motivos do destaque dessas personagens? O que elas têm de especial?

RYNALDO: Amanda é a grande protagonista. Traz marcas do trabalho infantil e das diversas quebradas de cara que levou na vida. Poxa!!! É compreensível que hoje ela queira se vingar. Foi condicionada a uma vida de miséria, de exploração e pobreza, mas em meio a tantas coisas ruins, um dom divinal: o dom de cantar. Sou fascinado por essa personagem. Gil Chocolate tem o dom de cantar, mas diferente de Amanda, ela aprontou muito pra cima do marido, a fama lhe subiu a cabeça e atualmente paga por tudo que fez e pelas diversas vezes que omitiu-se como mãe e encobriu os diversos erros do filho Walerson. Gil Chocolate coloca uma banca que não lhe cabe mais. Agora é a vez de Amanda e isso tira a veterana da Axé Music do sério. E ela vai destruir, vai tombar Amanda bem linda. Não perca os próximos capítulos que Gil vai lacrar de maneira descomunal.

WESLLEY: Amanda é uma heroína sofrida, porém, forte, decidida, que busca justiça a qualquer custo. Não é aquela típica mocinha ingênua, fraca e chorona, só isso já faz dela uma ótima protagonista e ganhar a torcida do público. Por outro lado, Gil é uma personagem cômica, tem uma falta de caráter que diverte porque serve a comédia, é espalhafatosa, expansionista... Enfim, um show à parte. Ela me lembra bastante Chayene, a rainha do eletro forró! Kkkkk

RENNAN: Amanda não é a mocinha chata, que dá sono, que só fala e não faz. Ela luta e dá tudo de si pelos seus ideais. Já a Gil, dispensa apresentações. É uma personagem carismática, ligada ao povão e ao estrelato. Esse equilíbrio é fantástico.

 

VITOR: A trama tem reservado várias surpresas aos leitores, numa fase eletrizante, com o retorno de Raul para a empresa de ônibus, como se nada tivesse ocorrido. Que outros momentos vocês destacam como de grandes surpresas?

WESLLEY: A cena em que Darinha mata o pai, que Sávio é preso, que Amanda e Celso são enganados por Rômulo e traficados, que Amanda foge na Guiana.... Nossa, tão tantas e sem dúvidas virão muitas outras!
RENNAN: A novela toda é uma surpresa. O que eu destaco é a reviravolta na história da Darinha, que todos achavam ser uma menina sofredora e se revelou uma diabinha.

 

VITOR: Outro aspecto que chama bastante atenção na obra é a trilha sonora (http://tvnwebnovelas1.wixsite.com/filhosdabahia/trilha-sonora). Com músicas escolhidas a dedo por Rynaldo, há uma grande mistura de axés com sons internacionais. O que vocês acham da trilha sonora?

WESLLEY: Trilha sonora é uma coisa FUNDAMENTAL pra mim, pois eu a considero uma extensão da trama, dos personagens e transmitir toda a essência da trama de uma forma geral. A de Filhos cumpre exatamente todas coisas que falei, é solar, alegre, mas romântica e melancólica, representando toda diversidade da trama.

RENNAN:  Posso dizer que é uma das melhores do TVN. Não é aquela trilha comercial, que tem músicas nada a ver só porque são moda passageira. Como você disse, Vitor, Rynaldo escolheu a dedo – e muito bem – músicas que combinam com o contexto da novela.

 

VITOR: Rynaldo, nos explique: como foi a escolha das músicas? Você acha essa parte fácil ou difícil?

RYNALDO: Vale ressaltar que as músicas foram escolhidas a dedo por Ramon. Ele sim sabe montar trilhas como ninguém no MV. Eu sou péssimo pra elencar trilha sonora.

 

VITOR: Ah, que gafe! Desculpa, gente, e parabéns, Ramon, pela trilha. Leitores e autor, qual personagem faz vocês lembrarem de si mesmos, ou seja, aquele personagem mais parecido com você, pelo comportamento, atitudes, etc.? Por quê?

RYNALDO: Eu sou todos os personagens que escrevo. Dos vilões aos mocinhos, porque eu os vivo, eles moram em mim. Mas tem alguns pelo qual tenho um carinho especial. O Sávio é um deles. Criei aquele menino pensando em alguns amigos que tive na infância. Morei por muitos anos no centro de minha cidade e lá conheci muita gente, já que desde criança amava a rua, o que é urbano. E, nessas andanças, conheci alguns pivetes que viviam a tomar conta de carros, a pedir trocados, inclusive mantive amizade com alguns mesmo não vivendo aquela triste realidade. Sávio me lembra um amigo que nunca mais vi, não sei se ele enveredou-se pelo caminho do tráfico, se conquistou seus sonhos, mas que me deu muita base pra construir o menino de coração ferido e cheio de atitude que é SÁVIO. Saudades de Fernando, meu amigo de infância.

WESLLEY: Olha, nenhum personagem me provoca isso, apesar de compreender quase todos e etc.... A que mais poderia me fazer sentir isso, talvez, é Amanda.

RENNAN: Acredito que eu seja uma espécie de Tom. Meio atrapalhado, mas bastante determinado a fazer o que eu quero

 

VITOR: Ryna, a primeira fase da trama abordou a fundo a temática do trabalho infantil nas carvoarias nordestinas, ainda muito comuns, infelizmente, entretanto tal temática continua acompanhando a trama até os capítulos atuais. Por que você escolheu esse tema social para abordar na obra? Qual a importância dele nos capítulos atuais, já na segunda fase?

RYNALDO: Eu trabalhei com meus alunos do 7º ano a questão da população e o trabalho no Brasil e encontrei um infográfico que falava sobre a realidade das carvoarias clandestinas e o trabalho infantil. Comecei a pesquisar sobre o tema, assisti alguns documentários e nas discussões com meus alunos nos perguntávamos: o que leva uma criança àquela situação? A ausência de políticas públicas? A desestruturação familiar? O não acesso à educação de qualidade? Enfim, sabemos que é o somatório disso tudo e muito mais. É tão injusto! Que país injusto! O reino das injustiças sociais! Isso me dói tanto, Abou. Você nem imagina. Amanda é vítima deste mal. E mesmo na segunda fase o passado a acompanha até porque ela quer se vingar de quem a colocou naquela situação.

 

VITOR: Queridos leitores, o que vocês esperam dos próximos capítulos da trama? Quais são as suas expectativas?

WESLLEY: As expectativas são cada vez maiores e melhores. Tem muita coisa pra acontecer. Espero ver Raul e Amanda se vingando de Rômulo, ele na lama... O envolvimento de Celso e Aldo... A queda da máscara de Darinha... Tanta coisa! Kkkk...

RENNAN: Que continue como está: a melhor novela no ar atualmente. Se melhorar, estraga.

 

VITOR: E o que você, Rynaldo, pode nos adiantar sobre os próximos acontecimentos da novela?

RYNALDO: Nos próximo capítulos Rômulo vai começar a desconfiar de Amanda e Darinha acabará descobrindo todas as intenções da mocinha. Pra completar, Gil Chocolate acabará com a carreira de Amanda lançando um boato horrendo. Raul, que voltará para a vida de muita gente, como se nada tivesse acontecido, ajudará Amanda na vingança contra Rômulo. Mas temos também as histórias secundárias. Denise acabará descobrindo em breve que Théo é casado com uma cadeirante, a pianista Rebeca. Outro ponto importante é o estupro de Viviane e o assassinato de um personagem que vai comover o Quebra Mar. O que vocês acham que Rômulo vai fazer com Amanda quando descobrir tudo? Ah, eu não queria estar na pele dela.

 

VITOR: Se vocês, incluindo você, Rynaldo, tivessem que dar uma nota para a obra, com uma justificativa, como seria? Como sugere o nome do nosso quadro, soltem o verbo!

RYNALDO: Eu daria DEZ. Apenas isso. As justificativas são as boas cenas e o desenrolar de mais de 60 personagens numa história regionalista que fiz com maestria e Ramon tem continuado com perfeição.

WESLLEY: 10, óbvio, claro! Precisa justificar ainda? Kkkk... A trama é bafo, um arraso!
RENNAN: 10! É uma novela completíssima, com drama, ação, comédia, romance, algumas críticas sociais… É o tipo de novela que deixa autores – inclusive eu – babando de inveja.

 

VITOR:  E como já de costume: se vocês tivessem que fazer uma propaganda de ''Filhos da Bahia'' usando uma frase de até 10 palavras, o que vocês falariam?

RYNALDO: Aí, Vitor kkkkkkkkkkkkkk Meu cool! Tô com cansaço mental.

WESLLEY: Vish.... Essa é difícil! Passo. Hum... Deixo para os meninos! Kkkk..:

RENNAN: O calor da Bahia e seus encantos numa só novela!

 

VITOR: Pessoal preguiçoso, hein? Hahaha Obrigado a todos pela participação. Foi ótimo nosso bate papo. Continuem acompanhando todas as emoções do sucesso ''Filhos da Bahia''.

RYNALDO: Eu que agradeço o carinho, fofo! Obrigado aos meninos que curtem a minha novela. Obrigado de verdade! Prometemos um fim baforê, bem atípico!

WESLLEY: Imagina, foi uma delícia participar desse programa hoje, Vitor. Adoro falar sobre Filhos. Amei! Só tendo que dar parabéns a todos os envolvidos. Até a próxima então! Bye...

RENNAN: Eu que agradeço. Foi ótimo estar aqui. Desejo a todos muito sucesso e felicidade!

***

HELOÍSA: Vitor, adorei a conversa. Arrasou!

VITOR: Obrigado, Helô.  E agora vamos para um momento especial, o nosso Especial de Carnaval!

 

VITOR:  Nesse quadro especial, reunimos depoimentos de alguns autores do mundo virtual sobre o que eles acham sobre essa época, o que costumam fazer, etc. Você costuma pular Carnaval, Helô?

HELOÍSA: Costumo ir a alguns blocos aqui da minha cidade. 

VITOR: Eu não gosto muito de Carnaval, só pelo descanso mesmo. Mas adoro ver na TV os desfiles.

HELOÍSA: Ah, também adoro. Todo aquele luxo...

VITOR: E vamos lá! Vamos aos depoimentos!

"Eu gosto de pular carnaval! Eu sou do tipo que desfila, decora a música das escolas de samba, fica vendo o desfile até às 06:00 da manhã, torce para alegorias das escolas oponentes pegarem fogo... Nesse carnaval eu estarei acompanhando pela GROBO os desfiles da Série A - RJ, e do grupo especial de SP e RJ. Eu já tenho fantasia pra pular nesse carnaval, irei de Power Ranger Rosa, para arrasar! (Risos)." – Pedro Gaze, apresentador, autor e diretor geral da Slexd

 

‘‘O carnaval é uma época de festas, vários tipos de festas. Mas a minhas favoritas são os desfiles das escolas de samba, eu adoro usar fantasias também. Não é de todo ruim.’’ – Everton Brandão, autor e apresentador

 

‘‘Moro no interior. Há anos não temos carnaval de rua na cidade. O último que teve, eu e meus amigos participamos. Foi divertido. Esse ano haverá uma festa na segunda e talvez eu marque presença. Nos outros dias devo me reunir com amigos e sair para algum canto para aproveitar o feriadão prolongado kkkkkk. Sobre a fantasia, como aqui não tem a tradicional festa, o único contato é através da tv kkkkkk’’ – Gabo, apresentador e presidente da WebTV

 

‘‘Eu gosto médio do Carnaval. Na verdade, minha região nunca teve uma tradição nessa época. Quando criança, adorava assistir aos desfiles pela televisão, aquilo me encantava. Ainda enche os olhos, mas não com a mesma pureza de antes. Acredita que nunca me fantasiei em Carnaval? Quem sabe algum dia...’’ – Ramon Fernandes, autor

 

‘‘Sou suspeito pra falar sobre o carnaval, por participar ativamente deste movimento, dentro da vertente de escola de samba. É preciso esclarecer que carnaval NÃO É APENAS escola de samba. Carnaval é uma cultura que reúne diversos tipos de manifestações artístico-culturais e as escolas de samba estão inseridas dentro dessas manifestações. Vejo hoje muito preconceito com o segmento escola de samba. A maioria das pessoas acha que é desperdício de dinheiro público, que é exploração massiva do corpo - feminino principalmente - que a verba destinada às escolas (ou a realização do desfile) deveria ser investida em outros setores, como saúde e educação. Vamos por partes (tentar) desmitificar esses argumentos falhos que tentam, a todo custo, diminuir ou eliminar a participação das escolas de samba dentro do cenário cultural e social do país. A começar que a verba que vem para as escolas de samba faz parte da pasta da Cultura. Sendo uma verba já pré-destinada para isso, tirar do seu objetivo final e transferir para outra pasta (saúde, educação, etc) torna o ato ilegítimo. E até mesmo ilegal. O carnaval (e aí mais precisamente o desfile das escolas de samba) gera MILHÕES de reais para o país. São milhões de empregos gerados - diretamente e indiretamente. O retorno é geralmente sempre maior do que é investido, em lugares onde o carnaval é valorizado e planejado com o valor e reconhecimento que merece. O desfile de uma escola de samba é a manifestação cultural mais rica do país. É a única que mistura dança, canto, teatro, cenografia, artes plásticas, música, carpintaria, mecânica, literatura, entre tantas outras... Como uma manifestação tão rica de conteúdo como esta, pode ser tão odiada por parte da população? Quero tentar crer que não seja pelo fato da maioria dos integrantes e adoradores desta manifestação serem os negros. Afinal, o samba domina o país e isso para muitos é ruim. Justo o samba que é símbolo de resistência e identidade nacional. Isso já abre precedentes para outra discussão. Sobre o carnaval, eu defendo a bandeira até o fim. Com orgulho. Não admito que falem sem conhecimento. Só peço respeito. A minha arte merece respeito.’’ – Édy Dutra, autor, que trabalha no ramo do Carnaval

 

VITOR: Gente, esse texto do Édy ficou maravilhoso. Adorei!

HELOÍSA: Também amei. Lacou, Édy. Galerinha, voltamos já já de um intervalo rapidinho!

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